Se você já experimentou confusão ou preocupação de um pai sobre a ioga como uma atividade religiosa, espero que esta discussão ajude. Além disso, alguns de vocês podem estar trabalhando em propostas para clubes de ioga em escolas públicas, onde essa questão também pode surgir. Não vejo necessidade de se tornar controverso, e espero poder oferecer uma perspectiva lógica de por que o yoga realmente pode ser benéfico para todos, deixando de lado as crenças religiosas. 

Para divulgação completa, sou um protestante nascido, criado e praticante. Estamos criando nossos filhos na fé protestante. Dito isto, em toda a minha frequência à igreja e estudo bíblico, não aprendi a respirar corretamente até começar a praticar ioga. Mais importante, nunca me ensinaram a usar minha respiração como forma de lidar com o estresse e o conflito. Também não me lembro de ter aprendido a alongar meu corpo em poses únicas e fisiologicamente apropriadas até praticar ioga. Embora minha fé exorte a cuidar de mim mesmo, ela não sugere especificamente (palavra-chave!) como eu faço isso.  

Posso propor que os membros posturais, respiratórios e meditativos do yoga estejam disponíveis para todos e qualquer um como uma forma legítima de unificação de mente, corpo e espírito (cuidar de si mesmo), independentemente das crenças espirituais específicas de cada um? Gary Kraftsow diz mais eloquentemente “… acho que essa distinção entre ioga como uma jornada espiritual que apoia a religião versus ioga como religião é muito útil”. 

Os textos mais antigos da filosofia do yoga são os Vedas, e têm mais de 5,000 anos. Essas canções, mantras e rituais eventualmente se tornaram o Upanishads, que finalmente discutiu as ideias de karma, jnana (sabedoria), autoconhecimento e desapego do ego. O que aconteceu a seguir foi uma organização dessas ideias pré-clássicas em Yoga-Sutras de Patanjali. O oito membros de yoga foram criados aqui, e o objetivo final da iluminação (Samadhi) foi introduzido.  

Muito tempo depois dos Yoga-Sutras, os mestres de yoga colocam mais ênfase na iluminação alcançada por meios físicos, ou seja, a limpeza da mente e do corpo de forma radical. Isso acabou levando ao hatha yoga, que é o que nós ocidentais geralmente reconhecemos como yoga hoje. O movimento do yoga moderno realmente começou no final dos anos 1800 e continuou a se infiltrar em nossa cultura até 1947. Indra Devi abriu um estúdio de yoga em Hollywood nesta época, e a explosão do yoga como o conhecemos, vemos e aprendemos hoje começou.

Estive em muitos estilos diferentes de aulas, algumas que incorporam o que poderiam ser consideradas idéias religiosas específicas, e outras que mantêm o nível de espiritualidade alto e vinculável a qualquer religião. Minha abordagem pessoal é focar na construção de habilidades que ajudem os alunos a aprender a respirar, a se concentrar e a pensar sobre o que estão sentindo e fazendo. Eu gosto de apresentar o yoga como um meio de ouvir nossos corpos, como permissão para nos movermos lentamente e como uma maneira de lidar com o caos (via pranayama especificamente). 

Ao abordar as crianças, muitas vezes pela primeira vez, com conceitos de yoga, uma sugestão seria apresentá-lo de forma leve e ampla, com termos que as crianças entendam. E, claro, é completamente razoável honrar a tradição yogue, introduzindo um novo vocabulário que ajude nossos doces pequenos a facilitar a união de mente, corpo e espírito. Vocabulários como namastê, asana, savasana, pranayama e outros são apropriados e não entram em conflito com nenhum ensinamento religioso. De forma alguma isso é desrespeitar as muitas religiões que seus alunos podem estar praticando. E, de fato, pode estar sublinhando suas crenças religiosas específicas. Precisamos abraçar que ensinar e praticar yoga é literalmente um presente. O Yoga nos dá a oportunidade de tomar nossas bases espirituais pessoais e implementar ferramentas físicas para nos ajudar a viver nossas verdadeiras crenças.  É incrível. 

O que você acha? Isso surgiu como uma preocupação em seu ensino? Eu adoraria ouvir o que está acontecendo lá fora! Deixe seus pensamentos e experiências nos comentários. Namastê.

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