Na minha formação como professor, aprendi princípios de alinhamento, aos quais aderi com atenção. Pratiquei, memorizei e estudei. Eu até ensinei assim por um tempo no começo. Eu ainda amo alinhamento, mas não pelo mesmo motivo. No início, foi ensinado, acredito, para ajudar a desenvolver uma disciplina, para nos dar uma estrutura para a prática e para nos encorajar a experimentar cada postura de maneira segura. Aprendemos modificações, mas nada parecido com o que aprendi através da minha própria prática pessoal e trabalho com os alunos ao longo dos anos. Comecei a ver o alinhamento como uma parte crescente, mudando e evoluindo de uma prática.

Eu ensino várias aulas de Yoga para crianças por semana. As crianças estão acostumadas a ambientes altamente competitivos, onde há uma clara vitória ou derrota, passa ou reprova, e todos estão tentando ser os melhores. Parece desencorajá-los se algo é desafiador para eles e eu ofereço encorajamento, especialmente se eu digo a eles que está tudo bem se eles não se parecerem comigo ou com os outros alunos em uma postura. Recentemente, observei uma aluna se esforçando ao ponto da frustração porque ela queria fazer a expressão “completa” de cada postura. Em alguns casos seu corpo não estava pronto. Nossos filhos têm expectativas inacreditavelmente altas para si mesmos e desanimam facilmente, assim como nós. Na discussão pós-aula sobre sua experiência, ela me disse que queria fazer coisas, mas não era capaz de fazê-las como eu. Isso me atingiu como uma tonelada de tijolos. Eu ensino isso o tempo todo com meus adultos, mas não tanto com crianças – a ideia de alinhamento interno versus forma externa. Não tenho problemas em encorajar meus alunos adultos a ouvir seus corpos, oferecendo modificações, e incentivando-os a encontrar a expressão de cada postura que melhor atende ao seu corpo único.

Descarregando meu equipamento no chão, decidi ensinar esse jovem iogue sobre alinhamento interno ali mesmo. Mostrei a ela como era minha dobra para frente quando comecei fazendo yoga. Contei a ela como meu professor me fez modificar e me ensinou por que eu precisava parar onde estava e, embora minha dobra para frente fosse apenas uma meia dobra para frente, era a expressão mais completa da postura para o meu corpo. Conversamos sobre manter o corpo seguro, sobre flexibilidade, sobre como a prática cria abertura e espaço no corpo, que às vezes permite que a pessoa descanse a barriga nas coxas (como eu havia feito na aula). Eu disse a ela como alguém parecia por fora importava muito menos do que o que estava acontecendo por dentro.

Então eu disse a ela algo que acho que até eu precisava ouvir: não existe jeito certo ou errado de fazer yoga; apenas seguro e inseguro. Somos todos diferentes, e isso é perfeitamente normal. Eu a encorajei a aparecer e fazer o melhor que pudesse a cada vez, e isso é o que mais importava.

Meu trabalho como instrutor é educar os alunos que praticam comigo o suficiente para que saibam como cultivar uma experiência física segura e necessária com base em minhas sugestões e se contentar com a singularidade da expressão externa de sua experiência interna. Portanto, nenhuma competição será encontrada em nenhuma das minhas aulas - as crianças são testadas o suficiente. É importante ter um recipiente seguro (ou seja, o tapete de ioga) onde seja realmente aceitável expressar livremente sua própria alegria inerente. Uma lição valiosa para ensinar as crianças desde cedo é amar a singularidade de sua experiência pessoal em todos os aspectos da vida, não apenas no tapete de ioga. Isso se traduz também para os pais, já que muitas vezes comparamos e nos esforçamos para ser como os outros que parecem “ter tudo” ou que são “os melhores”. Quando comparamos e nos esforçamos para ser qualquer coisa além de quem somos em cada momento (esforços de crescimento pessoal à parte), enviamos uma mensagem aos nossos filhos que diz: “Quem você é não é quem você deveria ser. Tente mais e então você será feliz. Olhe como ela e você será perfeito. Vista-se como eles e você será popular.” A lista não tem fim.

Eles estão ouvindo. Começa com a escolha de aparecer no tatame (literal e figurativamente), fazer o seu melhor e ser o seu eu único e perfeito a cada respiração, a cada movimento. Essa é a maneira certa de fazer ioga.